quinta-feira, 3 de maio de 2012

Seu gadget carrega lentamente via USB? Saiba como contornar essa limitação!


Umas das coisas mais chatas que observo em diversos gadgets é a incapacidade de carregar rapidamente quando conectados ao PC via USB, mesmo quando a potência do carregador dedicado é inferior aos 2,5W que uma porta USB deve ser capaz de fornecer. Alguns equipamentos simplesmente se recusam a carregar, enquanto outros demoram dez horas para realizar uma carga que seria feita em menos de duas na tomada.
Simples, mas de grande utilidade
Possuo um Galaxy Tab, e sempre achei aceitável ele não carregar ao ser conectado ao PC, já que seu carregador oferece 10W, realizando uma carga completa em três horas e meia. Porém comprei recentemente um adaptador no DealExtreme com a promessa de transformar o cabo original em um cabo de recarga, porém não depositava grandes esperanças. Imaginei que fosse levar umas oito horas pra uma carga completa, mas qual foi minha surpresa ao descobrir que meu tablet havia carregado em quatro horas, apenas trinta minutos a mais do que faria com o carregador de tomada!

Fazendo algumas contas simples, a bateria do Galaxy Tab (P1000) é de 4000mAh, e a tensão padrão para baterias de lítio é 3,7V, o que nos dá 14,8Wh. Com um tempo de carga de quatro horas, o computador precisaria fornecer ao menos 3,7W para viabilizar o carregamento nesse tempo, isso considerando que não há perdas no processo de conversão. Considerando uma perda de 10% nesse processo, a potência necessária passa a ser de 4,1W! Tem algo errado nessa conta, pois não foi dito no início que a potência de uma porta USB é de 2,5W ???

Na verdade, existem dois fatores que não foram levados em consideração: o primeiro é que na prática a maioria dos fabricantes impõe um limite de alimentação nas portas USB bem acima dos 2,5W previstos pela especificação USB 1.1/2.0 (4,5W na versão 3.0), e também não respeitam a restrição de fornecer apenas 0,5W enquanto o dispositivo não tiver sido reconhecido. Essas medidas foram adotadas pelos fabricantes para garantir a plena operação com dispositivos que necessitam de mais energia, como discos rígidos portáteis.

O segundo ponto é que as portas USB acabaram se tornando um padrão para a recarga de dispositivos eletrônicos, inclusive a porta MicroUSB foi escolhida como conector padrão para carregamento de telefones celulares (os iPhones são a única exceção). Com isso, em 2007 foi definida uma nova especificação para recarga via USB, que aumentou a potência máxima para 4,5W quando há transmissão de dados, não havendo limites caso o cabo esteja sendo utilizado apenas para recarga. O carregador informa esse último modo colocando os pinos de dados (D+ e D-) em curto-circuito, uma solução prática e barata.

A ideia por trás desse adaptador é bem simples: ele deve ser instalado entre o computador e o cabo do Galaxy Tab, e uma chave permite selecionar entre o modo Data, que não interfere na comunicação entre aparelho e computador, e o modo de recarga (Charger). O que esse modo faz é colocar os pinos D+ e D- em curto, ao que o aparelho responde com a capacidade de receber uma corrente mais alta. Simples porém efetivo.

Embora pareça arriscada, tal solução dificilmente trará problemas. As portas USB têm proteção contra sobrecarga, cortando a alimentação caso o limite seguro para os componentes envolvidos seja ultrapassado. Foram realizados testes em um notebook Dell de 2007, que duvido que suporte esse padrão de carga via USB, e não observei um problema sequer. Apesar do adaptador ser oferecido como exclusivo do Galaxy Tab, há relatos de utilização em outros equipamentos com sucesso, o que faz sentido. De toda forma, vale a máxima: Faça por sua conta e risco!

Também foram realizados testes com um Lenovo Thinkpad X100e, modelo que possui uma porta do tipo Powered USB, identificada pelo conector amarelo. Ela possui 3 modos de operação (iPhone/iPod, Blackberry e Outros), porém em nenhum deles o Galaxy Tab foi capaz de se recarregar (rapidamente) unicamente com seu cabo, estivesse o X100e ligado ou desligado (sempre conectado à energia). Apenas utilizando o cabo adaptador foi possível realizar a recarga. Apesar desse inconveniente, ao menos nesse caso é possível ter maior confiança, uma vez que a porta foi projetada para fornecer mais energia.

É incrível termos que recorrer a gambiarras acessórios não oficiais para obter uma funcionalidade que deveria ser padrão. Ainda que a potência de 2,5W fosse respeitada, seria melhor do que simplesmente limitar esse recurso. Porque não oferecer no próprio aparelho uma função que ative o modo de recarga, facilitando a vida do usuário? Espero sinceramente que essa situação melhore nos próximos lançamentos.

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